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Regra não Bulada - 17

Texto Original

Regra não Bulada - 17

DE PRAEDICATORIBUS

1 Nullus frater praedicet contra formam et institutionem sanctae ecclesiae et nisi concessum sibi fuerit a ministro suo.

2 Et caveat sibi minister, ne alicui indiscrete concedat.

3 Omnes tamen fratres operibus praedicent.

4 Et nullus minister vel praedicator appropriet sibi ministerium fratrum vel officium pradicationis, sed quacumque hora ei iniunctum fuerit, sine omni contradictione dimittat suum officium.

5 Unde deprecor in caritate, quae Deus est (cfr. l Joa 4,l6), omnes fratres meos praedicatores, oratores, laboratores, tam clericos quam laicos, ut studeant se humiliare in omnibus,

6 non gloriari nec in se gaudere nec interius se exaltare de bonis verbis et operibus, immo de nullo bono, quod Deus facit vel dicit et operatur in eis aliquando et per ipsos, secundum quod dicit Dominus: “Verumtamen in hoc nolite gaudere, quia spiritus vobis subiciuntur” (Lc 10,20).

7 Et firmiter sciamus, quia non pertinent ad nos nisi vitia et peccata.

8 Et magis debemus gaudere, cum in tentationes varias incideremus (cfr. Jac l,2) et cum sustineremus quascumque animae vel corporis angustias aut tribulationes in hoc mundo propter vitam aeternam.

9 Omnes ergo fratres caveamus ab omni superbia et vana gloria;

10 et custodiamus nos a sapientia huius mundi et a prudentia carnis (Rom 8,6);

11 spiritus enim carnis vult et studet multum ad verba habenda, sed parum ad operationem,

12 et quaerit non religionem et sanctitatem in interiori spiritu, sed vult et desiderat habere religionem et sanctitatem foris apparentem hominibus.

13 Et isti sunt, de quibus dicit Dominus: “Amen dico vobis, receperunt mercedem suam” (Mt 6,2).

14 Spiritus autem Domini vult mortificatam et despectam, vilem et abiectam esse carnem.

15 Et studet ad humilitatem et patientiam et puram et simplicem et veram pacem spiritus.

16 Et semper super omnia desiderat divinum timorem et divinam sapientiam et divinum amorem Patris et Filii et Spiritus Sancti.

17 Et omnia bona Domino Deo Altis-simo et summo reddamus et omnia bona ipsis esse congnoscamus et de omnibus ei gratias referamus, a quo bona cuncta pro-cedunt.

18 Et ipse altissimus et summus, solus verus Deus habeat et ei reddantur et ipse recipiat omnes honores et reverentias, omnes laudes et benedictiones, omnes gratias et gloriam, cuius est omne bonum, qui solus est bonus (cfr. Lc 18,19).

19 Et quando nos videmus vel audimus malum dicere vel facere vel blasphemare Deum, nos benedicamus et bene faciamus et laudemus Deum (cfr. Rom 12,21), qui est benedictus in saecula (Rom 1,25).

Texto Traduzido

Regra não Bulada - 17

DOS PREGADORES

1 Nenhum frade pregue contra a forma e a instituição da santa igreja e se não lhe for concedido pelo seu ministro.

2 E guarde-se o ministro de concedê-lo indiscreta-mente a alguém.

3 Mas todos os frades preguem com as obras.

4 E nenhum ministro ou pregador se aproprie do ministério dos frades ou do ofício da pregação, mas, em qualquer hora que lhe for mandado, sem nenhuma contradição deixe o seu ofício.

5 Por isso peço na caridade, que é Deus (cfr. 1Jo 4,16), a todos os meus frades pregadores, oradores, trabalhadores, tanto clérigos como leigos, que tratem de se humilhar em tudo,

6 não gloriar-se nem gozar em si mesmos nem se exaltar interiormente por boas palavras e obras, mesmo por nenhum bem, que Deus faz ou diz ou opera neles alguma vez e por eles, segundo o que diz o Senhor: "Mas não vos alegreis nisso que os espíritos se vos submetem" (Lc 10,20).

7 E saibamos firmemente que a nós não pertencem senão os vícios e pecados.

8 E mais devemos nos alegrar quando cairmos em várias tentações (cfr. Tg 1,2) e quando suportarmos quaisquer angústias da alma ou do corpo ou tribulações neste mundo por causa da vida eterna.

9 Guardemo-nos, pois, todos os frades, de toda soberba e vanglória;

10 e guarde-mo-nos da sabedoria deste mundo e da prudência da carne (Rm 8,6);

11 pois o espírito da carne quer e se esforça muito por ter palavras, mas pouco pelas obras,

12 e busca não a religião e a santidade no espírito interior, mas quer e deseja ter religião e santidade que apareçam fora para os homens.

13 E estes são aqueles de quem diz o Senhor: "Em verdade vos digo, receberam sua recompensa" (Mt 6,2).

14 Mas o espí-rito do Senhor quer que a carne seja morti-ficada e desprezada, vil e abjeta.

15 E se esforça pela humildade e paciência e pura e simples e verdadeira paz de espírito.

16 E sempre sobre todas as coisas deseja o di-vino temor e a divina sabedoria e o divino amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

17 E devolvamos todos os bens ao Senhor Deus Altíssimo e sumo e reconheçamos que todos os bens são dele e demos graças por tudo a ele, de quem todos os bens procedem.

18 E o mesmo altíssimo e sumo, o único verdadeiro Deus tenha e lhe sejam tributadas todas as honras e reverências, todos os louvores e bênçãos, todas as graças e glória, de quem é todo bem, o único que é bom (cfr. Lc 18,19).

19 E quando vemos ou ouvimos dizer ou fazer o mal ou blasfemar a Deus, nós bendigamos e façamos o bem, e louvemos a Deus (cfr. Rm 12,21), que é bendito pelos séculos (Rm 1,25).