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Capítulo XVII

Texto Original

Caput XVII

Qualiter s. Franeiscus nomen magistri abhorrebat.

 

1 Humilis Cristi imitator Franciscus, sciens soli Cristo nomen magisterii convenire, per quem omnia facta sunt (cfr. Ioa 1,3; 1Cor 8,6) opera, dicebat quod libenter vellet scire facere omnia, sed nollet esse magister nec magisterii nomine insigniri; sed ex tali nomine contra verbum Cristi in evangelio prohibenti ut nulli vocentur magistri (cfr.  Mat 23,10) facere videretur, quia melius est esse humilem ex paupercula sua scientia, quam si esset possibile facere magnalia et presumere contra gloriosi magistri humilia documenta. 4 Nam nomen magisterii nemini convenit nisi Cristo benedicto, cuius perfecta sunt opera. 
5 Et ideo fuit ab ipso mandatum, ut nullus super terram magister vocari presumat, quia unus et solus et verus absque defectu in celis magister est: Cristus benedictus, qui est Deus et homo, lux et vita, conditor mundi, laudabilis et gloriosus in secula. Amen.

Texto Traduzido

Caput XVII

Como São Francisco abominava o nome de mestre.

 

1 Francisco, o humilde imitador de Cristo, sabendo que só a Cristo, por quem tudo foi feito (cfr. Jo 1,3; 1Cor 8,6) convinha o nome de mestre, dizia que gostaria de saber fazer tudo, mas não queria ser mestre nem que lhe dessem esse nome. Esse título parecia-lhe contrário à palavra de Cristo no Evangelho, quando disse que ninguém devia ser chamado de mestre (cfr. Mt 23,10), 3 porque é melhor ser humilde a partir de sua ciência pobrezinha do que, se fosse possível, fazer coisas grandiosas e ser presunçoso contra os humildes ensinamentos de nosso glorioso mestre. Pois o título do magistério não cabe a ninguém senão ao Cristo bendito, cujas obras são perfeitas.
5 Por isso ele mandou que ninguém presuma ser chamado mestre nesta terra, porque um, único e verdadeiro, sem defeito é o mestre no céu: Cristo bendito, que é Deus e homem, luz e vida, criador do mundo, louvável e glorioso pelos séculos. Amém.