Selecione

78. Contra a conversa ociosa

Texto Original

.

1 Cum sanctissimus pater noster Franciscus apud ecclesiam Sancte Marie de Portiuncula, quodam tempore, moraretur et solitus esset die quolibet post comestionem contra otiositatis vitium cum suis fratribus in opere aliquo laborare, 
2 considerans pro se et suis fratribus, ne bonum, quod Domino cooperante (Mar 16,20) lucrarentur tempore orationis, post orationem per verba otiosa vel inutilia amittere possent, ad evitandum lapsum verborum otiosorum (cfr. Mat 12,36) vel inutilium, talia ordinavit et a fratribus observanda mandavit: 
3 “Si quis fratrum, vacans vel operans aliquid inter fratres verbum aliquod otiosum (cfr. Mat 12,36) protulerit vel inutile, teneatur semel dicere Pater noster, laudando Deum in principio et in fine ipsius orationis, tali scilicet conditione quod, si forte sui conscius prius se culpaverit de commisso, ipsum Pater noster pro anima sua dicat cum Dei Laudibus ut est dictum. 
4 Si autem ab aliquo fratrum prius inde fuerit redargutus, Pater noster pro anima illius fratris eum redarguentis predicto modo dicere teneatur; 
5 Si forte vero exinde redargutus, excusando se, dicere ipsum Pater noster contempserit, eodem modo duo Pater noster dicere teneatur pro anima eiusdem fratris eum redarguentis, cuius, vel alterius forte fratris, testimonio constiterit verum esse ipsum dictum verbum vel inutile vel otiosum (cfr. Mat 12,36) dixisse. 
6 Dictas etiam Dei Laudes, ut dictum est, in principio et in fine ipsius orationis tam alte dicat et manifeste quod a fratribus illic manentibus intelligi valeat et audiri; 
7 qui fratres, dum hoc ille dixerit, taceant et auscultent.
8 Si quis autem eorum, hoc contrafaciens hoc tacuerit, unum Pater noster eodem modo cum Dei Laudibus pro anima illius fratris dicentis dicere teneatur. 
9 “Et quilibet frater cum cellam vel domum aut quemlibet locum ingressus fuerit, ibidem vel alibi fratrem, seu fratres, inveniens, Deum semper laudare et benedicere debeat diligenter”. 
10 Quas Laudes eiusdem sanctissimi patris moris dicere semper erat, et ardentissima voluntate et desiderio fratres etiam alios volebat fore ad dicendum easdem sollicitos similiter et devotos.

Texto Traduzido

.

1 Como nosso santíssimo pai Francisco morasse, em certa época, junto da igreja de Santa Maria da Porciúncula, e costumasse, costumava, todos os dias, depois da refeição, trabalhar com seus frades em algum serviço, contra o vício da ociosidade, 
2 considerando, que o bem para si e para seus frades, que com a cooperação de Deus conseguiam no tempo da oração, não devia ser perdido depois da oração por palavras ociosas ou inúteis, para evitar o mal das palavras ociosas ou inúteis, ordenou estas coisas e mandou que fossem observadas pelos frades: 
3 “Se algum frade, estando à-toa ou fazendo algum trabalho entre os frades, proferir alguma palavra ociosa ou inútil, tenha que dizer uma vez o Pai-nosso, louvando a deus no começo e no fim de sua oração, mas de tal modo que, se tiver consciência e se acusar primeiro de sua falta, dirá o Pai-nosso e os Louvores a Deus, como foi dito, pelo bem de sua alma. 
4 Mas se for primeiro advertido por algum dos irmãos, tenha que dizer o Pai-nosso, do modo predito, pela alma de quem o corrigiu. 
5 Mas se, por acaso, advertido por causa disso, desculpar-se e não quiser rezar o pai-nosso, tenha que rezar do mesmo modo dois Pais-nossos pela alma do frade que o corrigiu, se constar, pelo testemunho desse frade ou de um outro, que na verdade ele disse essa palavra ociosa ou inútil. 
6 Esses Louvores de Deus, como foi dito, no princípio e no fim de sua oração, devem ser ditos tão alto e manifestamente que os frades que lá estão possam entender e ouvir. 
7 Esses frades, enquanto ele rezar, calem-se e escutem. 
8 Mas se algum deles, contrariando a isto, não ficar calado, terá que dizer um Pai-nosso do mesmo jeito, com os Louvores de Deus, pela alma do frade que estiver rezando. 
9 “E qualquer fradem quando entrar numa cela, numa casa ou em outro lugar qualquer e lá encontrar um ou mais frades, sempre deverá louvar diligentemente e bendizer a Deus”. 
10 Era costume do pai santíssimo dizer sempre esses Louvores, e com vontade e desejos ardentíssimos queria que também os outros frades fossem semelhantemente solícitos e devotos para rezá-los.