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Contra as familiaridades das mulheres

Texto Original

Contra familiaritates mulierum

Caput LXXVIII - De fugienda familiaritate mulierum, et qualiter cum eis loquebatur.

 

112 
1 Mellita toxica, familiaritates videlicet mulierum, quae in errorem inducunt etiam (cfr. Mat 24,24) viros sanctos, iubebat penitus evitari. 
2 Timebat enim ex hoc tenerum cito frangi, et fortem saepe spiritum infirmari (cfr. Ez 21,7). 
3 Harum contagionem evadere conversantem cum eis, nisi probatissimum virum (cfr. Iac 1,12), tam facile dixit quam, iuxta Scripturam, in igne ambulare nec comburere plantas (cfr. Prov 6,28). 
4 Ut autem loqueretur manu, se ipsum exemplar omnis praebebat (cfr. Tit 2,7) virtutis. 
5 Siquidem femina usque adeo molesta erat, ut non cautelam vel exemplum crederes, sed formidinem vel horrorem. 
6 Quando earum importuna loquacitas faciebat in loquendo conflictum, verbo abbreviato (cfr. Rom 9,28) et humili, vultu deiecto (cfr. Dan 10,15), advocabat silentium. 
7 Nonnumquam vero caelo intentus (cfr. Act 7,55) luminibus, inde extrahere videbatur quod de terra mussitantibus (cfr. Is 29,4) respondebat. 
8 Eas vero, in quarum mentibus sacrae devotionis instantia domicilium sapientiae collocarat, miris sed brevibus instituebat sermonibus. 
9 Quando cum femina loquebatur, sonora, ut ab omnibus posset audiri, voce dicenda promebat. 
10 Dixit autem socio semel: “Fateor veritatem, carissime, nullam me, si aspicerem, recogniturum in facie nisi duas. 
11 Illius”, inquit, “et illius mihi vultus cognitus est, alterius nescio”. 
12 Optime, pater, quoniam sanctificat neminem aspectus earum; optime, inquam, quoniam lucri nihil, damni quamplurimum vel temporis quidem. 
13 Impedimento haec sunt arduum volentibus iter intendere, et faciem plenam gratiarum (cfr. Est 15,17) conspicere.

Texto Traduzido

Contra familiaritates mulierum

Capítulo 78 - De como deve ser evitada a familiaridade das mulheres e como se comportava com elas.

 

112 
1 Mandava evitar totalmente o mel venenoso que é a familiaridade com as mulheres, que induzem ao erro até os homens santos. 
2 Temia que, com isso, o fraco se quebrasse depressa e mesmo o forte ficasse muitas vezes enfraquecido em seu espírito. 
3 Achava que só escaparia de seu contágio, conversando com elas, o homem que fosse bem provado, capaz de, conforme a Escritura, andar no fogo sem queimar os pés. 
4 Para dar se expressar concretamente, apresentava-se ele mesmo como exemplo de toda virtude. 
5 Pois as mulheres o perturbavam tanto que não se podia dizer que fazia isso por precaução ou para dar exemplo, mas realmente porque tinha medo e ficava horrorizado. 
6 Quando sua importuna loquacidade o assaltava com eu falatório, invocava o silêncio falando com brevidade e humildade e baixando os olhos. 
7 Outras vezes voltava os olhos para o céu, parecendo trazer de lá as palavras que respondia às resmungadoras da terra. 
8 Dirigia, entretanto, palavras admiráveis, embora breves, àquelas em quem a devoção tinha feito a morada da sabedoria. 
9 Quando conversava com uma mulher falava o que tinha a dizer em voz alta, para poder ser ouvido por todos. 
10 Uma vez disse a seu companheiro: “Confesso-te a verdade, meu caro, não reconheceria nenhuma pelo rosto, a não ser duas. 
11 Conheço a fisionomia desta e daquela, de mais nenhuma”. 
12 Ótimo, pai, porque o rosto delas não santifica ninguém! Ótimo, porque o lucro é nenhum, mas o prejuízo, mesmo de tempo, é enorme! 
13 Elas só servem de estorvo aos que querem seguir o caminho árduo da santidade e contemplar a face radiante de beleza.