O Encontro dos Formadores da Custódia aconteceu entre os dias 01 a 05 de abril. Na primeira parte do encontro, aconteceu a formação dos Formadores em consonância com a temática da espiritualidade bíblica com enfoque na formação. Frei Moacir Casagrande, de Campo Grande, província Brasil Central, iniciou motivando a reflexão do primeiro capítulo da carta a Timóteo (2Tm 1,1ss), em que Paulo apóstolo rezava pelo seu discípulo e, alertando aos formadores, bem como os demais frades, que rezem pelos formandos, com uma lista dos nomes sobre o altar, na agenda e na bíblia. Criar comunhão pela oração. Que seja respeitada a caminhada de fé que o formando traz consigo, como Paulo respeita em Timóteo sua fé, que não vem de agora e dele próprio, mas de sua família, de seus antepassados. E mais, Paulo alerta seu discípulo a renovar o dom que recebeu de Deus, pois nada é permanente se não alimentar. Casagrande reflete ainda dizendo que "Jesus não promete facilidades, mas, felicidades, o que não é fácil de conseguir. A obediência é sair de si. É a hora que Ele pede e não a hora em que eu quero. Doar é sair de si. 'O homem normal faz o bem esperando o bem. O anormal faz o bem sem esperar'. 'Os meus desejos não podem me impor; quando eu sou escravo dos meus desejos, eu não tenho domínio de mim, porque sucumbo aos meus desejos'. "Paulo está preso e muito mal falado", por isso, no versículo 8 ele escreve: "não te envergonhes de falar do Senhor e nem de mim; pelo contrário, participe do meu sofrimento pelo Evangelho, confiando no poder de Deus". Moacir diz ainda que, "quanto ao processo formativo, obviamente que necessitamos de fórmulas para o trabalho na formação, depois não precisa mais dela, quem sempre precisa de fórmula é escravo dela". Conforme o apóstolo, Deus concede dons a mim, não é pelos meus méritos e nem por que eu sou bom, é porque Ele quer confiar na minha fragilidade, por que Ele é bom. O Dom que eu quero é uma coisa, o Dom que eu recebo é outra. Ninguém é cópia de ninguém; cada um com o seu jeito tem o seu momento. O assessor alertou dizendo, se "eu quero ser frade!" é uma coisa, outra é, "Deus, quer que eu seja frade?". Conclui esta reflexão com o capítulo terceiro, "você quer um caminho certo de formação?", então é a Sagrada Escritura. O Evangelho. "Se o Evangelho não transforma, é porque nós já o domesticamos", conforme o escritor Pablo Richard.
Diante desta reflexão, frei Moacir alerta que, tudo isto vai depender da disponibilidade do jovem em fazer o processo. Pois, "o jeito como faço a coisa é mais importante do que a coisa que eu faço!".
Em seguida, motivou a refletir o evangelho que, em João, o importante é guardar a fidelidade a "quem me enviou" e, não "para quê, me enviou". Neste sentido o frade não assume nada por si mesmo, mas sim, pela província, ordem. Não é o meu jeito, mas, o jeito da ordem.
Com sua assessoria formativa, em dois dias, os formadores obtiveram um espaço reflexivo sobre si mesmo e seu papel, que é de fundamental importância pra Ordem.
Os frades se retiraram para uma chácara, a fim de descansar, bem como, vivenciar com os irmãos momentos lúdicos. Na segunda parte do encontro, seguiu-se como programado para as partilhas pessoais e formativas, em seus devidos serviços. Marcou presença neste encontro, os formadores frei Carlos Rodrigues, frei Darlan Dal'maso, frei Gilceu Simões, frei Hélio Meireles e frei Valdir Schneider. O Custódio frei Eliseu Menegat e o conselheiro frei Kellycio Medeiros.
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Frei Jean Ricardo Mazzochi (Convento São Francisco das Chagas - Pós-noviciado)