Bem-aventurado Benvindo de Gúbio
Religioso da Primeira Ordem (+1232). Gregorio IX e Inocêncio XII em 1697 concederam em sua honra ofício e Missa.
Quando em 1222 São Francisco encontrava-se em Gúbio, apresentou-se lhe Benvindo, um nobre cavaleiro, ilustre pelos seu valor militar, suplicando-lhe que o admitisse na Ordem para combater as santas batalhas da penitencia e da pobreza e levar a toda a parte a mensagem de paz e bem. Já noutras oportunidades o Santo recebera como discípulos homens de armas, como Ângelo Tancredo, por estar convencido que certas características da vida militar eram uma espécie de noviciado para a vida religiosa, como por exemplo a obediência, as fadigas, as privações e os perigos. Por isso não hesitou em acolher o novo candidato, que foi mesmo considerado e chamado “Bem-vindo” entre os irmãos.
Apesar da sua ascendência nobre, escolhia agora para si as tarefas mais humildes e pesadas, distinguindo-se por uma obediência pronta, uma modéstia admirável, uma pobreza que o levava a contentar-se com um simples hábito remendado, um rigor de vida que só concedia ao corpo o estritamente indispensável. Não tardou assim a alcançar um alto nível de experiências místicas, e carismas vários, como o dom das lágrimas. Era com orações e lagrimas que intercedia pelos pecadores e pedia a sua conversão. A Eucaristia foi o sol que iluminou toda a sua vida espiritual. Jesus apareceu-lhe algumas vezes em forma de menino, que desde a hóstia consagrada lhe descia para os braços, embriagando-o de doçura.
Encarregado por São Francisco de tratar leprosos nas gafarias, esse exercício de caridade serviu-lhe de trampolim para a mais alta perfeição. Via-se assim obrigado a vencer-se constantemente a si mesmo e a vencer a repugnância natural em lidar com esses doentes, que se mostravam agradecidos pela caridade com que ele os tratava e comovidos com a sua santidade, e se encomendavam às suas orações.
Por causa da austeridade de vida e do trabalho árduo nas leprosarias, não tardou a ficar sem forças. Suportando com paciência as graves enfermidades que agora padecia, continuou assim a imolação que já fizera ao Senhor quando se pusera ao serviço dos leprosos. As etapas que o fizeram chegar à santidade foram a contemplação, o amor à Eucaristia, a devoção a Nossa Senhora, a imitação do seráfico Pai, a paciência nos sofrimentos e sobretudo a inesgotável caridade para com os leprosos. O senhor levou-o para junto de si a 27 de Junho de 1232.