Bem-aventurado Peregrino de Falerone
Religioso e discípulo de São Francisco, da Primeira Ordem (+ 1233). Aprovou seu culto Pio VII no dia 31 de julho de 1821.
Quando Peregrino se apresentou a São Francisco, ouviu dele: “Você servirás a Deus na humilde condição de irmão religioso e te aplicarás sobretudo a prática da humildade”.
Peregrino não era certamente um ignorante. Filho de uma família rica e nobre, originalmente de Falerone, diocese de Fermo, província de Ascoli Piceno, hoje, uma cidade das Marcas que traz o nome da destruída cidade romana Faleria, no vale de Tenna, entre Amandola e Giorgio Monte. Em Bolonha, estudou filosofia e direito canônico, e era profundamente versado nas ciências sagradas e profanas.
Peregrino levou a profecia de São Francisco como um mandato, e ao longo de sua vida quis ele permanecer na modesta condição de irmão religioso, entregue aos serviços mais humildes e muitas vezes escondidos em conventos. De acordo com a de Frei Bernardo de Quintavalle, foi, entre os primeiros discípulos de São Francisco, um dos religiosos mais exemplares.
Inflamado em fervor santo, procurou o martírio nas mãos dos infiéis, e como o mesmo São Francisco, atravessou o mar para ir à Terra Santa em meio aos muçulmanos. O martírio pelas mãos dos muçulmanos, conhecidos como “mata-cristãos”, foi muitas vezes a aspiração devota de muitos irmãos. Na realidade, e em circunstâncias normais, os árabes, especialmente na Terra Santa, eram tolerantes e respeitosos para com os cristãos, e mais ainda com os missionários.
No caso de Peregrino, faltou pouco para nascer ao seu redor a veneração por parte dos muçulmanos. E não poderia ser de outra forma, contra o frade descalço que visitou os lugares santos com o livro dos Evangelhos na mão, sempre em lágrimas de compaixão e misericórdia pela morte de Jesus Cristo.
De volta à Itália, Peregrino de Falerone novamente se escondeu nos conventos mais distantes. Mas, por mais que se fizesse pequeno e humilde, a luz da sua santidade brilhava com os milagres atribuídos a ele em vida. Nos últimos anos de sua vida, ainda jovem, viveu no convento de São Severino Marcas e ali morreu em 1233. Foi sepultado na igreja dos Cistercienses e novos milagres ocorreram em seu túmulo, que o fizeram ainda mais amado e reverenciado.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.