São Benedito de Palermo (o Mouro) - Capuchinho
Religioso da Primeira Ordem (1526-1589). Canonizado por Pio VII no dia 24 de maio de 1807
São Benedito nasceu em 1526 em São Fratello, Província de Mesina, filho de pais cristãos e descendentes de escravos negros. Na adolescência Benedito cuidava de um rebanho de seu patrão e por suas virtudes foi chamado de “Santo mouro”. Com 20 anos entrou em uma comunidade de eremitas, fundada cerca de sua terra natal por Jerônimo Lanza, que viviam sob a regra de São Francisco. Quando os eremitas se mudaram para Monte Pellegrino para viverem na maior solidão, Benedito os seguiu, sendo eleito superior por seus companheiros quando Lanza morreu.
Em 1562, Pio IV retirou a aprovação que Julio II havia dado aquele grupo e convidou os religiosos a entrarem em uma Ordem que eles mesmo preferissem. Benedito escolheu a Ordem dos Frades Menores, e entrou no Convento de Santa Maria de Jesus, em Santa Ana Juliana, onde permaneceu apenas três anos. Depois foi transferido para Palermo, onde viveu ali vinte e quatro anos.
Iniciou seus trabalhos de ofícios como cozinheiro com grande espírito de sacrifício e de caridade sobrenatural. Começaram ai a atribuírem muitos milagres.
Todos o tinham em muito apreço a ponto de, em 1578, sendo religioso leigo, foi nomeado superior do Convento. Por três anos guiou a sua comunidade com sabedoria, prudência e grande caridade. Com a ocasião do Capitulo Provincial foi transferido para Agrigento, onde antes mesmo de chegar, sua fama de santidade já havia sido difundida rapidamente e foi recebido com calorosas manifestações do povo e de seus confrades.
Foi nomeado mestre dos noviços e atendeu a este delicado oficio da formação dos jovens com tanta santidade, que se acreditava que ele tinha o dom de escutar os corações. Finalmente voltou a ser cozinheiro mais uma vez. Um grande número de devotos iam conversar com ele, entre eles sacerdotes, teólogos e o Virrey de Siccilia. Para todas as pessoas ele tinha palavras sabias, iluminadas, animando-as sempre para o bem. Benedito era humilde e devoto e aumentava cada vez mais suas penitencias, chegando a mortificar-se de tal maneira que derramava sangue. Realizou numerosas curas. Quando saia do convento, muitas pessoas lhe cercavam para beijar sua mão, tocar seu habito e pedir orações. Era instrumento da bondade divina e fazia imenso favor as almas.
Em 1589 adoeceu gravemente e por revelação soube o dia e a hora de sua morte. Recebeu os últimos sacramentos, e no dia 4 de abril de 1598 expirou docemente e com a idade de 63 anos, terminou sua vida terrena pronunciando as palavras de Jesus: “Em tuas mãos Senhor, eu entrego meu Espírito”. Seu culto se difundiu amplamente, chegando a ser protetor do povo negro. Foi canonizado por Pio VII em 24 de março de 1807.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Fr. Giuliano Ferreni, OFM. Fr. José guilhermo Ramírez, OFM. Editorial Franciscana