50). O tempo do “Aleluia”
O “Aleluia” — como depois foi chamado — era um tempo de sossego e de paz, durante o qual foram depostas todas as armas de guerra; tempo de felicidade e de alegria, de louvor e de júbilo.
Nobres e plebeus, citadinos e camponeses, os jovens e as donzelas, os velhos com os moços cantavam cantilenas e louvores divinos. E essa devoção se difundiu por toda a Itália. Vi com os meus olhos que na minha cidade de Parma todas as regiões queriam ter o seu estandarte representando o martírio do seu santo, por causa das procissões que se faziam; assim, por exemplo, no estandarte da região em que estava a igreja de São Bartolomeu estava representado o suplício do esfolamento, e assim com as outras.
E assim ainda vinham homens e mulheres, meninos e meninas das aldeias para a cidade com os estandartes e em grandes comitivas, para ouvir as pregações e louvar o Senhor. E cantavam palavras divinas e não de homens, e o povo caminhava na salvação. Parecia na verdade que estava se cumprindo aquele dito profético: recordarão e voltarão para o Senhor todos os confins da terra, e se prostrarão diante dele todas as famílias dos povos. Traziam nas mãos ramos de árvores e velas acesas.
Havia pregações à tarde, de manhã e ao meio-dia, segundo o dito profético: Desde a tarde, de manhã e ao meio-dia faço ouvir meu lamento e gemido. O Senhor escutará minha voz libertando a minha alma na paz. Derrotando os meus agressores, porque muitos estão contra mim.