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Regra não Bulada - 8

Texto Original

Regra não Bulada - 8

QUOD FRATRES NON RECIPIANT PECUNIAM

1 Dominus praecipit in evangelio: Videte, cavete ab omni malitia et avaritia (Lc 12, 15);

2 et: Attendite vobis a sollicitudine huius saeculi et a curis huius vitae (Lc 21, 34).

3 Unde nullus fratrum, ubicumque sit et quocumque vadit, aliquo modo tollat nec recipiat nec recipi faciat pecuniam aut denarios neque occasione vestimentorum nec librorum nec pro pretio alicuius laboris, immo nulla occasione, nisi propter manifestam necessitatem infirmorum fratrum; quia non debemus maiorem utilitatem habere et reputare in pecunia et denariis quam in lapidibus.

4 Et illos vult diabolus excaecare, qui eam appetunt vel reputant lapidibus meliorem.

5 Caveamus ergo nos, qui omnia relinquimus (cfr. Mt 19,27), ne pro tam modico regnum caelorum perdamus.

6 Et si in aliquo loco inveniremus denarios, de his non curemus tamquam de pulvere, quem pedibus calcamus, quia “vanitas vanitatum et omnia vanitas” (Ecclo 1,2).

7 Et si forte, quod absit, aliquem fratrem contingerit pecuniam vel denarios colligere vel habere, excepta solummodo praedicta infirmorum necessitate, omnes fratres teneamus eum pro falso fratre et apostata et fure et latrone et loculos habente (cfr. Joa 12, 8), nisi vere poenituerit.

8 Et nullo modo fratres recipiant nec quaerant nec quaeri faciant pecuniam pro eleemosyna neque denarios pro aliquibus domibus vel locis; neque cum persona pro talibus locis pecunias vel denarios quaerente vadant;

9 alia autem servitia, quae non sunt contraria vitae nostrae, possunt fratres locis facere cum benedictione Dei.

10 Fratres tamen in manifesta necesstate leprosorum possunt pro eis, quaerere eleemosynam.

11 Caveant tamen multum a pecunia.

12 Similiter caveant omnes fratres, ut pro nullo turpi lucro terras circueant.

Texto Traduzido

Regra não Bulada - 8

QUE OS FRADES NÃO RECEBAM PECÚNIA

1 Manda o Senhor no evangelho: Olhai, guardai-vos de toda malícia e avareza (cfr. Lc 12,15);

2 e: Guardai-vos da solicitude deste século e dos cuidados desta vida (cfr. Lc 21,34).

3 Por isso nenhum dos frades, onde quer que esteja e onde quer que vá, de modo algum tome, nem receba nem faça receber pecúnia ou dinheiro nem por pretexto de roupas nem de livros nem pelo preço de algum trabalho, mesmo em nenhuma ocasião, a não ser por manifesta necessidade dos frades doentes; porque não devemos ter e calcular maior utilidade na pecúnia e no dinheiro que nas pedras.

4 E o diabo quer cegar os que a cobiçam ou a calculam melhor do que as pedras.

5 Guardemo-nos, portanto, os que deixamos tudo (cfr. Mt 19,27), para não perder por tão pouco o reino dos céus.

6 E se em algum lugar encontrarmos dinheiro, não nos preocupemos com ele, como do pó que calcamos com os pés, porque "vaidade das vaidades e tudo vaidade" (Eclo 1,2).

7 E se por acaso, longe disso, acontecer de algum frade recolher ou ter dinheiro, excetuando apenas a predita necessidade dos doentes, todos os frades o tenhamos como falso frade e apóstata e ladrão e assaltante, e que tem a bolsa (cfr. Jo 12,8), a não ser que se penitencie de verdade.

8 E de nenhum modo os frades recebam ou façam receber pecúnia como esmola nem dinheiro para algumas casas ou lugares; nem vão com pessoa que pede pecúnia ou dinheiro para tais lugares;

9 mas os frades podem fazer nos lugares outros serviços que não são contrários a nossa vida, com a bênção de Deus.

10 Entretanto, em manifesta necessidade dos leprosos, os frades podem pedir esmola para eles.

11 Mas guardem-se muito do dinheiro.

12 Do mesmo modo guardem-se os frades de circular pelas terras por algum lucro torpe.