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Homilia do II Domingo do Tempo Comum - ano A - Frei João Santiago

Publicado por Frei João de Araújo Santiago | 18/01/2020 - 16:55

II Domindo do Tempo Comum - ano A

(João 1, 29-34)

29."No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30.É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim. 31.Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel’. 32.(João havia declarado: “Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele”.) 33.Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar com água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo. 34.Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus”.

- “João viu Jesus que vinha a ele e disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus’”.  Jesus de Nazaré é o verdadeiro homem entre nós, o “Filho do Homem”. É modelo de todo homem, de toda mulher, a fim de que não percamos a vida, a fim de que os anos de peregrinação nesta terra nos sirvam para nos tornamos como Ele, como pessoas realizadas: felizes por terem facilitado, e não atrapalhado, a vida dos demais.

O pecado do mundo ou o mundo do pecado. Perdição! Infelizmente os homens são marcados pelo mal que os leva à arrogância da vida, à distância de tudo o que belo, bom e verdadeiro, à distancia do Criador. Desta forma o ser humano perde sua identidade mais verdadeira, sua capacidade de viver bem e em paz com os demais.

O Cordeiro. O “Povo de Deus”, injustiçado, esperava o “Leão da tribo de Judá” ou um novo “Rei” que realizasse a “desforra” e conquistasse tantos povos inimigos. No entanto, havia também a profecia: “Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Ele não abriu a boca” (Is 53, 7).

O Cordeiro: animalzinho dócil e manso e que vive para se tornar alimento para os humanos. No sangue, a vida. A vida, o “espírito”, do cordeiro está no seu sangue. Para que a “ferocidade”, que destrói tudo e todos que estejam pela frente, se dê conta da própria malvadeza e malícia precisa se deparar com o “cordeiro”, com a inocência, com a docilidade, com a mansidão. Não será um “leão”, não será um “rei” despótico, a vencer aquele espírito perverso que reina no nosso mundo, interior e exterior, marcado pelo pecado. Será o “Cordeiro de Deus”, será o espírito de mansidão e de um amor pronto a entregar a própria vida pelo bem do outro, que poderá eliminar de nossa alma e de nosso mundo o pecado que faz sofrer, que faz mal. De fato, o “Cordeiro de Deus” libera o sangue, a vida, o espírito, que trazia em suas veias: libera uma força nova, a maior força, a única que pode trazer paz e alegria em nossas casas e comunidades. A maior força: “Ninguém tem maior amor (maior força) do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13).

Que sejamos felizes por termos aceitado o “Cordeiro” em nossas vidas, por termos facilitado, e não atrapalhado, a vida dos demais. 

Sobre o autor
Frei João de Araújo Santiago

Frade Capuchinho, da Província Nossa Senhora do Carmo. Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Mestre em Teologia Espiritual. Tem longa experiência como professor, seja no Brasil, como na África, quando esteve como missionário. Por vários anos foi formador seja no Postulantado, como no Pós Noviciado de Filosofia. Atualmente mora em Açailândia-MA. Já escreveu vários livros e muitos artigos.