Um pouco da nossa história
A história de nossa Província Capuchinha em parte deste região do Norte e Nordeste do Brasil (MARANHÃO, PARÁ e AMAPÁ) é certamente gloriosa, porque trás consigo marcas profundas do ardor missionário de nossos confrades predecessores que por aqui derramaram não só seu suor, mas também o sangue por amor a Deus e aos irmãos. Por isso, é com este intuito que apresentamos a você que visita nossa página na internet, “UM POUCO DE NOSSA HISTÓRIA”. Vejamos as divisão por períodos.
Conheça mais um pouco da nossa história...
Período da Missão: 1893 – 1937
A pedido do Segundo Império do Brasil, já no apagar das luzes e no surgir da primeira República foi solicitado junto a Santa Sé o envio de missionários capuchinhos para a catequese dos índios na Amazônia. Á solicitação da Congregação dos Negócios extraordinários, o Pe Geral e então, Frei Bernardo de Andermantt, pediu à Província de São Carlos na Lombardia atendesse os desejos da Sé Apostólica.
Em 1982 os primeiros missionários apostólicos lombardos chegaram a Recife, Sede da Prefeitura Apostólica. Também neste mesmo ano é erigida a Diocese de Manaus, desmembrando-a da Diocese de Belém, com a qual os frades tinham encaminhado os primeiros contatos. Nesse tempo também surge um desentendimento entre o Prefeito Apostólico de Pernambuco, Fr. Gaetano de Messina e os missionários lombardos no modo de pensar e de programar sua presença e atividade.
O Prefeito Apostólico, com efeito, pensa mais num trabalho de fortalecimento e de apoio à Prefeitura nas suas atividades tradicionais no meio do povo cristão... Os missionários lombardos pensam, pelo contrário, na Prefeitura como ponto de apoio para a futura missão entre os povos indíginas da região amazônica.
Com o demorar desta imparcialidade, Frei Carlos toma a iniciativa e, em conclusão de ajustes por carta com o Bispo de São Luis do Maranhão, Dom Antônio Alvarenga, empreende a viagem. Assim os frades capuchinhos chefiado por Frei Carlos de São Martino Olearo, chegaram ao Maranhão no dia 16 de agosto de 1893. O Bispo recebe Frei Carlos com fraternas atenções e oferece-lhe apoio e incentivo, confiando-lhe várias tarefas. Não tenda ainda nada definido Frei Carlos inicia a esboçar um plano de catequese indígena, cuja idéia central é assumir a assistência pastoral de modo que sirva como ponto de apoio para o trabalho junto aos índios. Assim em 12 de maio de 1894 o Ministro Geral reconhecia canonicamente a sua presença erigindo a nova missão, que era conhecida como: “Missão Capuchinha do Norte do Brasil”, da qual Frei Carlos é nomeado primeiro Superior Regular.
Segundo os planos de Frei Carlos, a cidade de São Luis deveria ser o centro de irradiação de toda a atividade da Missão. O local escolhido é o antigo venerado – abandonado – Convento do Carmo, que após as restaurações torna-se a “Caput et Mater” da nova Missão do Maranhão e que continua até hoje.
A missão em poucos anos se entendeu, além do Maranhão, aos estados do Pará, do Ceará, do Amazonas e do Piauí. O trabalho apostólico dos primeiros capuchinhos se orientou logo no início para dois objetivos: A catequese dos índios e a colaboração ao clero diocesano, disperso em vastas paróquias.
A CATEQUESE DOS ÍNDIOS
Os primeiros catequistas dos índios nesta terra foram os capuchinhos franceses, que no ano de 1612 vieram aqui trazidos pela expedição militar, chefiada por Daniel de La Touche. Esta experiência missionária conclui-se no ano de 1615 com a expulsão dos franceses pelos portugueses.
Frei Carlos, superior da missão no ano de 1895 assume a Paróquia de Barra do Corda, com o intuito de evangelizar os índios Guajajaras e Canelas. No ano seguinte, 1896, animado e impelido por um grande impulso missionário de Alto Alegre, no interior da Paróquia de Barra do Corda, e, dois anos depois abre outra residência missionária no estado do Pará, a Colônia do Prata. Estas casas estão destinadas unicamente para a evangelização dos índios. Em ambas as casas são inaugurados Educandários, em regime interno, para poder oferecer uma mais aprimorada formação civil e religiosa aos filhos dos índios.
Tudo procedia bem com imenso entusiasmo e alegria de toda a Missão. No dia 13 de janeiro de 1901 em Alto Alegre – MA, acontece o dramático massacre. Os índios Guajajaras invadem a residência missionária e matam friamente os frades, as religiosas capuchinhas e todas as pessoas da colônia. A Missão agora assume por conseqüência como meta prioritária o segundo objetivo, orientando-se mais para uma maior colaboração com o clero diocesano.
A COLABORAÇÃO COM O CLERO DIOCESANO
Convidados pelos bispos da época os frades se especializaram na pregação de missões populares, nas visitas religiosas, conhecidas como desobrigas, nos imensos sertões do Maranhão e do Piauí e uns chegaram a desobrigar até o Alto Solimões, região da Amazônia, que confina com o Perú e a Colômbia. Com este trabalho despertou a fé arrefecida do povo sertanejo, impulsionou a pregação da Palavra de Deus a um povo sedento e sequioso, disposto a enfrentar qualquer sacrifício para acompanhar a “Santa Missão” e a ficar semanas para conseguir sua confissão, batizar seus filhos.
O trabalho das desobrigas e das missões populares absorve completamente a atividade dos frades. Não são poucos os missionários que, no fim de seus trabalhos anuais tenham percorrido 3.500 e até 4.000 km a cavalo. Muitos missionários se tornaram verdadeiros apóstolos e conquistaram o coração do povo brasileiro, porque se sacrificaram totalmente pela elevação moral e social do nosso povo.
Importantes fundações desse período são:
No Maranhão
São Luís, Barra do Corda, Alto Alegre;
No Pará –
Belém, Santo Antônio do Prata, Ourém;
No Ceará –
Fortaleza e Canidé.
Período da Custódia: 1937 – 1970
Com a criação da Prelazia de São José de Grajaú no ano de 1922, confiada
aos frades capuchinhos, e com a retomada do trabalho de animação vocacional e de formação para a vida religiosa, a missão vai transformando-se de presença estreitamente missionária, para circunscrição religiosa chamada a encarnar e a transmitir o carisma franciscano-capuchinho.
Assim no dia 26 de agosto de 1937 a missão é constituída oficialmente “Custódia Provincial” analogamente às outras circunscrições do Brasil. O Primeiro Custódio é
Frei Gaudêncio de Rescalda.
O Trabalho da Custódia articula-se dentro de duas diretrizes principais:
A Nível Interno: preocupados de garantir que a nova circunscrição realmente se estruture segundo as exigências do carisma franciscano-capuchinho em fraternidades autenticas. Isto exige particular empenho na atividade vocacional e formativa para que esteja em condições de transmitir aos candidatos os valores fundamentais da vida religiosa da tradição da Ordem.
Ao Nível Externo: preocupados e solícitos também nesse âmbito para responder aos apelos que chegam numerosos da realidade gravemente condicionada pela endêmica falta de clero.
Este fato leva à amplidão geográfica com aberturas de novas residências e à renovada disponibilidade nas variadas formas de trabalho desenvolvida pelos missionários.
Com o aumento das vocações nativas, com a aceitação da Província de outras missões “ad gentes” em outros continentes e para atender os anseios de autonomia dos frades nativos, os superiores resolveram dividir o campo de ação em duas custódias: a Custódia Geral do Piauí e Ceará e a Custódia Provincial do Maranhão e Pará.
Efetivada a divisão, todos os frades nativos são afiliados à nova Custódia e todos os frades italianos continuam na antiga Custódia do Maranhão. Com a separação, a Custódia do Maranhão parece de novo recuar para concentrar pessoas e energias missionárias no interior do Maranhão. As Prelazias de Grajaú e Carolina tornam-se novamente espaço privilegiado da ação apostólica
dos Capuchinhos lombrados.
A tarefa específica dos frades lombardos é agora a “Plantatio Ecclesiae”, nas duas Prelazias, enquanto a “Plantatio Ordinis” fica tarefa confiada aos frades brasileiros do Ceará e Piauí.
O apostolado tende, porém, a tornar-se prevalentemente paroquial, em conseqüência do compromisso com as Prelazias e de precisas escolhas sugeridas por necessidades locais. Não falta, contudo, o esforço em manter viva a tradição das missões populares, que são retomadas e relançadas como forma típica do apostolado missionário capuchinho.