* A História do Maranhão, a história de São Luís, em particular, está marcada pela presença dos Frades Capuchinhos. O grande exemplo disso é que a primeira missa celebrada aqui no dia 12 de agosto de 1612. Foi celebrada justamente por um Frade Capuchinho, que narrou assim:
“No domingo seguinte, dia 12 de agosto, cada um de nós celebrou o santíssimo sacrifício da missa. E isso com tal alegria que me parece mais fácil dar a imaginar que descrever; limito-me apenas a dizer que não foi sem mistério que Deus, na sua divina-providência, quis nesse dia, em que a Igreja Romana (e particularmente a nossa Ordem) celebra a festa da bem-aventurada Santa Clara, fosse, pela primeira vez, no lugar, oferecido o sacrifício com que iluminou esse Novo Mundo”. (D’ABBEVILLE, 1975, p. 57).
A presença missionária dos frades capuchinhos no Maranhão foi preparada por três eventos que criaram as premissas para uma atividade fecunda e duradora:
1 - A proclamação da República do Brasil, em 15 novembro de 1889: “com a separação entre Igreja e Estado, decidida com o decreto de 7 de janeiro de 1890. A nova situação colocava as situações para renovado dinamismo da Igreja, agora livre dos limites de regime de ‘Padroado’” (GIANELLINI, 1993, p. 58);
2 - O estatuto para as missões capuchinhas: conforme Gianellini (1993), este reorganizou o trabalho missionário da ordem. Este estatuto parte de dois princípios básicos: a) Coloca a atividade missionária sob a autoridade da Ordem, que passa a coordená-las através de um Secretariado Geral, ligado diretamente ao Ministro Geral; b) Responsabiliza diretamente as Províncias da Ordem, isto é, cada missão era entregue a uma determinada Província, que se comprometia de provê-la de pessoal e recursos;
3 - Um convite do governo do Brasil para a missão indígena. Apesar da separação entre Igreja e Estado, o Governo da Nova República reclamou a presença de missionários para iniciar missões indígenas ao longo do rio Amazonas. O pedido explícito é de 1891. Aceito em 1892.
Os frades capuchinhos que fundaram a Província Nossa Senhora do Carmo, nos Estados do Maranhão, Pará e Amapá são italianos, vindos da Província de São Carlos Borromeu, de Milão-Itália. Segundo Beltrami (2001) o projeto, foi substituir as aldeias pagãs por aldeias cristãs (hoje no mínimo seria, criticável e considerado ingênuo, contudo, foi uma ingenuidade marcada pelo heroísmo que entusiasmou a primeira geração de missionários lombardos até o martírio).
Os primeiros Capuchinhos da Província de Milão (Itália), chefiados por Frei Carlos de S. Matino Olearo, chegaram ao Maranhão no dia 16 de agosto de 1983 e no dia 12 de maio de 1894, o Padre Geral reconhecia canonicamente a sua presença erigindo a nova Missão, chamada: “Missão Capuchinha do Norte do Brasil” (CORONINI, 1993. Apud. GIANELLINI, 1993, p. 43).
Esta história de mais de cem está dividida em quatro períodos, primeiro: a Missão; segundo: a Custódia; terceiro: a Vice-Província; o quarto: Província.
Nesta semana Capuchinhos, vindos de todos os lugares da Província se reuniram em São Luís, para celebrar 17 anos deste quarto período, isto é, 17 anos da Ereção Canônica. Momentos de estudo, reflexão, fraternidade e recordando o Ano da Misericórdia, aconteceu o Jubileu da Misericórdia Província, momento de penitência e graça. Em anexo estão algumas foros desse momento.
* (Texto extraído da Monofrafia de Administração de José Lázaro Oliveira Nunes)
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Frei José Lázaro Oliveira Nunes (Fraternidade Cúria Provincial N.S. do Carmo MA/PA/AP/CUBA (São Luís/Centro))