São Francisco, Irmão Menor: minoridade “in extremis”.
São Francisco casou com a Dama Pobreza, com a irmã morte. Defendemos que nessa experiência, São Francisco se faz irmão de todas as criaturas em sua caducidade, destinadas que são ao nada. Abatido todo o orgulho, São Francisco não fica ressentido por morrer, por ter o destino comum a qualquer das criaturas. Louva a Deus pela fugacidade tal como uma folha seca que cai. Francisco acata a possibilidade de se perder e agradece pela sua passagem sem nada reter, mero fluxo, acatando em ação de graças o passar da vida e o acabar do novelo. Assim entendemos os primeiros hebreus que acreditavam e louvavam a Javé mesmo não acreditando na vida “post-mortem”.
Sem reservas, “in extremis” São Francisco se fez menor. O segredo? O segredo é deixar a segurança do eu que tenta se salvar e ser perene (“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”). O segredo é viver em minoridade, só indo, e indo amando a todas criaturas (“Pai, perdoa-lhes ... Em tuas mãos entrego o meu espírito”). O resto? O resto será um presente, não um direito. .... E não é que no terceiro dia ressuscitou!
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Frei José Lázaro Oliveira Nunes (Fraternidade Cúria Provincial N.S. do Carmo MA/PA/AP/CUBA (São Luís/Centro))