Bem-aventurado Conrado de Áscoli
Sacerdote da Primeira Ordem (1234-1289). Pio VI concedeu ofício e Missa em sua honra no dia 30 de agosto de 1783.
A faculdade de prever o futuro raramente é concedida aos jovens, mas Conrado Miliani de Áscoli era uma simples criança quando, segundo a tradição, ajoelhou-se certo dia diante de um camponês chamado Jerônimo Masci e o saudou, não se sabe se em tom de brincadeira ou falando sério, como destinado a ser papa. A profecia cumpriu-se a seu tempo, porque Jerônimo ocupou em tempo oportuno a cátedra de S. Pedro, sob o nome de Nicolau IV. Embora Conrado fosse de família nobre, entre os dois jovens nasceu uma amizade estreita que durou toda a vida. Entraram juntos na Ordem Franciscana, professaram juntos, estudaram juntos e juntos receberam o doutorado no mesmo dia na cidade de Perusa.
Conrado começou sua carreira pública como pregador em Roma, mas, chamado para o campo das missões, obteve permissão de Jerônimo, então ministro geral da Ordem, para tentar a evangelização da Líbia. Seu sucesso no norte da África foi grande: conta-se que muitos milhares de pessoas se converteram graças a seus ensinamentos e a seus milagres. Suas atividades externas foram o resultado de uma vida de extrema austeridade e de tão grande devoção à sagrada paixão, que .algumas vezes lhe foi: dado contemplar Nosso Senhor coroado de espinhos e tomar parte em seus sofrimentos.
Chamado de volta à Itália, provavelmente por motivos de saúde, foi escolhido para acompanhar Jerônimo que se dirigia à França como legado papal. Os enviados voltaram, depois, a Roma, onde Conrado passou alguns anos até ser mandado a Paris, a fim de lecionar teologia naquela cidade. Além de se dedicar a seus deveres de professor, Conrado ainda encontrava tempo para pregar nas igrejas e visitar os doentes pobres nos hospitais. Em 1289, Jerônimo, agora papa, mandou chamar seu amigo, porque o queria no colégio dos cardeais, mas Conrado caiu doente a caminho, antes que pudesse chegar a Roma, e morreu em sua cidade natal de Áscoli. Seu culto foi aprovado pelo Papa Pio IV.
Há um relato da vida de Conrado em Acta Sanctorum, abril, vol. II, mas, para mais amplos detalhes, devemos nos reportar a Wadding (Annales Minorum, vol, V, p. 212·215) e aos outros cronistas da Ordem. Veja-se também Léon, Auréole séraphique (trad, para o inglês), vol. II, p. 83·88.