Bem-aventurado Diego Oddi
Religioso da Primeira Ordem (1839-1919). Beatificado por João Paulo II no dia 3 de outubro de 1999 (festa no dia 6 de junho)
Diego Oddi nasceu em Vallinfreda (Roma) a 6 de Junho de 1839, no seio de uma família pobre e muito religiosa. Durante uma peregrinação ao Retiro de São Francisco, em Bellegra, ficou impressionado com o lugar e a vida santa que levavam os frades que ali viviam. Alguns anos mais tarde, lembrando-se sempre da experiência vivida naquela visita ao convento franciscano, o jovem Diego retornou àquele lugar para pedir conselho a Frei Mariano, famoso religioso naquela época e hoje também beatificado. As palavras simples desse humilde porteiro do convento impressionaram- no a tal ponto, que Diego resolveu pensar a sério na sua vocação e aumentou o tempo de oração, entregando-se aos desígnios de Deus.
Entrou no Retiro de Bellegra em 1871, superando a resistência dos seus pais. Foi acolhido como simples «terceiro oblato» e, em 1889, pronunciou os votos solenes. Durante quarenta anos percorreu os caminhos de Subiaco, pedindo esmola. Analfabeto, mas arguto e com facilidade de dialogar, surpreendia a todos com as suas palavras, brotadas de um coração habituado a pronunciá-las nos colóquios com Deus. Quando o sino indicava o silêncio da noite, Diego permanecia na capela a falar com o Senhor, e esse colóquio prolongava-se durante toda a noite, sabendo haurir desse momento de graça a sabedoria da fé e a força para a fidelidade ao espírito franciscano.
A sua vida foi feita com nada de extraordinário, e por isso esta simplicidade, unida à austeridade e penitência, produzia grandes frutos de aperfeiçoamento cristão em quantos se encontravam com ele.
Morreu a 3 de Junho de 1919, tendo consagrado totalmente a vida a Deus, pondo em prática a vontade dos superiores e sabendo interpretar os eventos quotidianos como sinais daquilo que Deus lhe pedia.
O Papa João Paulo II, quando beatificou também o Beato Mariano de Roccacasale, disse sobre este franciscano: “A mesma espiritualidade franciscana, centrada numa vida evangelicamente pobre e simples, distingue Frei Diego Oddi, que hoje contemplamos no coro dos Beatos. Na escola de São Francisco, ele aprendeu que nada pertence ao homem a não ser os vícios e os pecados e que tudo o que a pessoa humana possui, na realidade é dom de Deus” (cf. Regra não selada XVII, em Fontes Franciscanas, 48). Desta forma aprendeu a não se angustiar inutilmente, mas a expor a Deus “orações, súplicas e agradecimentos” por todas as necessidades, como escutámos do apóstolo Paulo na segunda Leitura (cf. Fl 4, 6). Durante o seu longo serviço de esmoleiro, foi autêntico anjo de paz e bem para todas as pessoas que o encontravam, sobretudo porque sabia ir ao encontro das necessidades dos mais pobres e provados. Com o seu testemunho jubiloso e sereno, com a sua fé genuína e convicta, com a sua oração e o seu incansável trabalho o Beato Diego indica as virtudes evangélicas, que são a via-mestra para alcançar a paz”.