Bem-aventurado Mariano de Roccacasale
Religioso da Primeira Ordem (1778-1866). Beatificado por João Paulo II no dia 3 de outubro de 1999 (sua festa é no dia 31 de maio)
Mariano de Roccacasale nasceu a 14 de Junho de 1778 em Roccacasale, Província de Áquila (Itália). Depois de ter ficado sozinho com os pais, por causa do casamento dos seus irmãos, Mariano encarregou-se de cuidar do rebanho e, no contacto com a natureza e a solidão dos campos, aprendeu a valorizar a reflexão e o silêncio. Percebeu, então, que a sua vocação não era para o mundo e, com vinte e três anos, decidiu dedicar-se com radicalidade ao seguimento de Cristo.
A 2 de Setembro de 1802 vestiu o hábito franciscano. Resumia a sua nova vida em duas palavras: oração e trabalho. Após alguns anos de serviço no convento de Arísquia, como carpinteiro hábil e valioso, jardineiro, cozinheiro e porteiro, pediu a transferência para o Retiro de Bellegra.
Ali foi nomeado porteiro do convento e desempenhou, durante mais de quarenta anos este serviço que se tornou um meio para a sua santificação. Para todos tinha um sorriso, sabia acolhê-los com alegria e simpatia, instruía-os nas verdades da fé, dava-lhes conselhos e com eles rezava, sem deixar de lhes dar até mesmo um pouco de pão. Jamais se lamentava do trabalho nem dava sinais de cansaço; era sempre sereno, afável, sorridente.
A fonte de tanta virtude era, sem dúvida, a oração intensa e recolhida. Eis o segredo deste humilde frade franciscano, que morreu a 31 de Maio de 1866.
Na sua beatificação, João Paulo II assim definiu o beato: “No que se refere à vida e à espiritualidade do Beato Mariano de Roccacasale, religioso franciscano, pode-se dizer que elas se resumem emblematicamente nos votos do Apóstolo Paulo à comunidade cristã dos Filipenses: “O Deus da paz estará convosco!” (4, 9). A sua vida pobre e humilde, vivida nas pegadas de Francisco e de Clara de Assis, foi constantemente dedicada ao próximo, com o desejo de ouvir e partilhar os sofrimentos de todos, para depois os apresentar ao Senhor nas longas horas transcorridas em adoração diante da Eucaristia.
O Beato Mariano levou a toda a parte a paz, que é dom de Deus. O seu exemplo e a sua intercessão nos ajudem a redescobrir o valor fundamental do amor de Deus e o dever de o testemunhar na solidariedade para com os pobres. Ele é para nós exemplo, sobretudo no exercício da hospitalidade, tão importante no atual contexto histórico e social e principalmente significativo na perspectiva do Grande Jubileu do Ano 2000.
A mesma espiritualidade franciscana, centrada numa vida evangelicamente pobre e simples, distingue Frei Diego Oddi, que hoje contemplamos no coro dos Beatos. Na escola de São Francisco, ele aprendeu que nada pertence ao homem a não ser os vícios e os pecados e que tudo o que a pessoa humana possui, na realidade é dom de Deus (cf. Regra não selada XVII, em Fontes Franciscanas, 48). Desta forma aprendeu a não se angustiar inutilmente, mas a expor a Deus “orações, súplicas e agradecimentos” por todas as necessidades, como escutámos do apóstolo Paulo na segunda Leitura (cf. Fl 4, 6).
Durante o seu longo serviço de esmoleiro, foi autêntico anjo de paz e bem para todas as pessoas que o encontravam, sobretudo porque sabia ir ao encontro das necessidades dos mais pobres e provados. Com o seu testemunho jubiloso e sereno, com a sua fé genuína e convicta, com a sua oração e o seu incansável trabalho o Beato Diego indica as virtudes evangélicas, que são a via-mestra para alcançar a paz”.