Cândido Barbieri
Servo de Deus. Sacerdote da Primeira Ordem (1819-1907). Em processo de beatificação.
O padre Cândido Barbieri nasceu em Nonantola, província de Modena, no dia 11 de agosto de 1819. No batismo foi chamado de José. Completou seus estudos elementares e ginasiais na abadia beneditina local e continuou no Colégio dos Jesuítas de Modena. Aos 21 anos, atraído pelo ideal franciscano, entrou para o convento de S. Cataldo no dia 24 de setembro de 1840. Sacerdote no dia 23 de setembro de 1843, dedicou-se com fervor juvenil à pregação com grande proveito dos fiéis. Em 1852 foi nomeado superior do convento de São Francisco de Mirándola, onde de destacou na assistência aos enfermos da peste asiática.
Desejoso de salvar almas pediu para partir como missionário na América Latina. Esteve um ano em Roma no convento de São Pedro de Montorio para aprender espanhol e os costumes dos povos que haveria de evangelizar. No dia 18 de abril de 1856 embarcou com Frei Leonardo de Fanano, para iniciar a missão franciscana em Montevidéu.
Uma terrível epidemia pouco depois o privou de todos os seus confrades, que, um a um morreram em seus braços. Sem desanimar-se regressou à Itália e pediu ao Provincial e ao Ministro Geral o envio de novos missionários. Conseguiu 10 sacerdotes e alguns irmãos, que depois de um difícil viagem, em que estiveram a ponto de naufragar, chegaram a Montevidéu e foram acolhidos com muita alegria por aqueles a quem ele havia ajudado.
Depois de dois anos de intenso trabalho e dinâmica organização, viu-se no meio de uma guerra de calúnias, até ver-se obrigado a refugiar-se em Potosi, paternalmente acolhido e defendido pelo bispo, vigário apostólico do Uruguai. Em 1860 foi nomeado pároco de La Cruz, em Corrientes. Ali ergueu a nova igreja e durante 15 anos trabalho no meio dos silvícolas.
A revolução capitaneada por Francisco Solano López, que agitou o Uruguai, Argentina e Brasil, provocou muitas privações e sofrimentos também ao Pe. Cândido, que a duras penas conseguiu salvar a sua vida e de seus fiéis. Os revolucionários o amarraram durante três dias e três noites a uma árvore, e um deles fez em seu rosto uma ferida, cuja cicatriz levou por toda a sua vida.
No Brasil, sob a dependência do bispo do Rio Grande do Sul, que o encomendou o cuidado pastoral de São Luís das Missões em 1875, em 1876 S. Francisco de Borja, e em 1877 de São Patrício. Uma grave queda de um cavalo afetou sua saúde até o ponto de decidir regressar à Itália. Antes disso, o imperador do Brasil, Pedro II, o condecorou por seus méritos e lhe deu cidadania brasileira. Depois de 22 anos de apostolado missionário voltou em novembro de 1878 a Mirandola, onde voltou às suas pregações em povoados e cidades. Em 1885 foi nomeado pároco e superior em S. Cataldo de Modena, serviço que prestou durante 22 anos. Morreu aos 88 anos de idade no dia 9 de janeiro de 1907.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.